quarta-feira, 27 de julho de 2011

O ASSUNTO É: MERCADO DE TRABALHO


Sinais de demissão podem ser identificados

CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO

Apesar de o nível de desemprego ter sido em junho o menor desde janeiro (6,2%), a rotatividade é alta --e não apenas pelos pedidos de demissão. O receio de ser dispensado é comum entre profissionais.
Há sinais que indicam a possibilidade de ser demitido, explicam especialistas consultados pela Folha. Se identificados a tempo, é possível reverter a situação. "O profissional vai ter oportunidades de tentar mudar", afirma Vladimir Valladares, diretor da V2 Consulting, de recursos humanos.
Essa mudança só será possível, no entanto, quando os motivos que podem levar à demissão forem técnicos. "Quando é assim, ele pode buscar esse conhecimento que falta", assinala.
Segundo ele, "é um caso perdido quando o perfil, os valores e as expectativas são muito diferentes dos da empresa".
Caroline Marcon, gerente da área de pesquisas corporativas da Hay Group, consultoria em gestão de negócios, ressalta que o comportamento dos funcionários é o que mais provoca demissões.
Nesse caso, mudar não é tão simples. "Quando o comportamento é inadequado, a decisão já está tomada e fica difícil mudá-la", afirma. O jeito, pondera ela, é preparar-se para retornar ao mercado.
MAPEAMENTO
Dentre os sinais que podem identificar uma demissão, ser excluído de projetos e reuniões importantes são os mais claros.
"[Começa a ocorrer] o esvaziamento das funções, quando, aos poucos, as atividades são retiradas desse profissional", explica Marisa da Silva, consultora de carreira da Career Center.
Em empresas que cultivam uma gestão de proximidade com colaboradores, é mais fácil perceber se há a possibilidade de demissão. "Isso acontece nos processos de avaliação", ressalta Marcon.
"O sinal mais visível é o constante 'feedback' negativo." Quando a gestão não é clara e eficiente, pode ocorrer a "fuga" do líder --mesmo procurado, ele se recusa a dar qualquer retorno ao profissional.
Independentemente da gestão aplicada na empresa, quando os sinais não estão claros, vale uma conversa com o gestor.
"Mas tem que ser uma conversa racional", orienta Silva. Identificar sinais que indiquem uma futura demissão não basta para recuperar a credibilidade e manter-se no cargo.
Se o profissional está na zona de risco, ele precisa avaliar se precisa mesmo mudar. Um comportamento não se muda de um dia para outro e dificilmente uma mudança dessa natureza convencerá.
Se o problema é técnico, é preciso deixar claro que a questão será resolvida em um prazo determinado.

Fonte: folha.com, PUBLICADO EM: 21/07/2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O ASSUNTO É: MERCADO DE TRABALHO


O que fazer nas véspera das provas

Por Willian Douglas

Ontem foi realizada a primeira prova unificada de 2011 da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Essa polêmica prova é a forma por meio da qual bacharéis egressos dos cursos de Direito de diversas universidades obtêm sua licença profissional. Elaborei um texto com dicas para este exame, retiradas de meu livro Como passar em provas e concursos, que podem ser aplicadas em todas as provas que você enfrentar. Vamos a elas:

NOS DIAS DE VÉSPERA

1. Motivação correta

Para começar, não reclame da prova. Ela existe e faz parte da carreira que você escolheu. Então, vá fazer a prova e passe. E, se não passar, não tenha vergonha, porque existe uma fila. Prepare-se mais para a próxima.

Nenhuma prova tem o poder de vencer você. Se não passar, lembre-se que outras virão e que todos os grandes vencedores já passaram por isso. E, por favor, lembre-se: você já estudou alguma coisa... então, faça o melhor que puder. E boa sorte!

2. Preparação mental
  • Visualize-se na prova, calmo e tranquilo. Se quiser, leia meus mantras, no meu site.
  • Se for rever a matéria, use seus resumos, leia Súmulas e Informativos do STF e faça provas anteriores, mas tudo sem estresse, porque já estamos em ritmo de concentração para o jogo.
  • Mantenha a atitude correta: alegria e entusiasmo!
3. Providências básicas
  • O local e o transporte para a prova estão certos? Já viu o itinerário? Conferiu tudo? Não deixe isto para o dia!
  • O número de inscrição e os documentos, estão separados?
  • Evite brigas e discussões. Você está estressado, lembre-se disso... e:
    (a) tenha paciência com a família e com seu amor.
    (b) DESESTRESSE.
  • Separe material/remédios (diarreia, dor de cabeça etc.) para a prova.
4. No dia antes da prova
  • Não estude ou, se estudar, que seja algo leve e sem pressão.
  • Não vá dormir tarde, não tente rever toda a matéria em um só dia.
  • Ritmo de concentração para jogo de Copa do Mundo. Não invente nada de diferente.
  • Comer, só em lugares conhecidos e comidas conhecidas. Evite esforços físicos (lesões).
  • Lazer agradável. Relaxe! Faça uma caminhada leve. Espaireça!
  • Separe roupas (leve agasalho para se o tempo esfriar; roupas confortáveis, não é dia de desfile: roupa compatível com o lugar e o cargo).
  • Despertador, pelo menos dois sistemas (um sem depender de energia elétrica). Acorde mais cedo que a “conta do chá”.
  • Deslocamento. Condução ou carro estão ok? Se prepare para imprevistos (p. ex.: pneu furado).
  • Na hora de dormir, repita para você mesmo: amanhã é um grande dia!
5. Material para a prova
  • Identidade ? Cartão de inscrição ? Dinheiro para o deslocamento e lanche.
  • Material: caneta na cor especificada pelo edital, lápis, borracha (dois ou três de cada).
  • Sugestões de lanche: algo para beber, algo para comer ? Remédios.
  • Motivação: a hora chegou!

NO DIA DA PROVA

1. Ao acordar:
  • Se possível, faça uma caminhada leve e curta e/ou alongamento.
  • Tome um café da manhã reforçado, mas sem exageros.
  • Pegue o material, que já deve estar separado.
  • Beije a família, reze, ore...
2. Ao sair de casa
  • Não se esqueça do material separado para a prova.
  • Cuidado com o deslocamento: preveja engarrafamento, pneu furado etc. ? Sem pressa, sem estresse – E, mais uma vez, hoje não é dia para discutir com ninguém!
3. Ao chegar no local da prova
É normal a pessoa olhar as outras e achar que é a única que vai ser reprovada. Relaxe, isso é estresse de prova. Evite companhias desagradáveis e assuntos de prova ? Preste atenção em qual é a sua sala.
Procure um lugar agradável e confortável e se arrume (preocupe-se em observar onde o sol vai bater, onde o ar condicionado vai bater, onde está o ventilador etc.).
Atitude de águia e não de galinha (há artigo no meu site com esse tema, dê uma lida).
4. Antes de começar a prova
  • Relaxe - Não estude mais.
  • Se quiser, leia jornais, revistas etc.
  • Calcule quanto tempo terá para cada questão.
  • Reserve tempo para marcar o cartão-resposta. O fiscal dará o horário.
Lembre-se da frase : “Até cair foi legal, administrei, revi e descansei” (C13, I7, p. 354).

At – atitude e atenção
Ca – calma e tranquilidade
Fo – foco
Le – ler as instruções aos candidatos e ler a prova com atenção
Administ – administrar o tempo / o que não sabe / comichão de candidato (C13, I5)
Revi – revisões 1 e 2
Descansei – intervalos e atitude

Importante:

Nem pense em colar, nem em dar cola! Pode lhe causar prejuízo.
Fique calmo, confie em Deus e faça sua parte.

Recomendo alguns textos de motivação: Águia ou galinha: que tipo de concurseiro você é? e Mantras do Concurso.

Estarei torcendo e orando por você! Abraço forte.



PUBLICADO EM 18/07/2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O ASSUNTO É ... MERCADO DE TRABALHO


Especialistas dão dicas para ter sucesso ao pedir um aumento de salário


Você adora o que faz, se esforça, tem um bom relacionamento com colegas e superiores, no entanto, falta ganhar melhor para ficar totalmente feliz. E, firme nesse objetivo, está se munindo de coragem para pedir um aumento de salário para o seu chefe. Acredite: coragem nem é o atributo mais importante. Para que seu plano dê certo, é preciso levar em consideração os momentos anteriores e até posteriores à fatídica conversa.
O primeiro passo é fazer uma autoavaliação sincera. "Tenha autocrítica para saber se realmente merece esse aumento de salário. Empenho e qualificações contam muito", afirma a consultora de desenvolvimento humano e palestrante motivacional Eliana Barbosa, de São Paulo. "É sempre importante saber o momento adequado de ter essa conversa com a chefia. Caso contrário, essa situação pode até prejudicar o funcionário", completa.
Para a psicóloga Izabel Failde, da Failde Consultoria em Desenvolvimento Pessoal e Profissional, também de São Paulo, é fundamental se informar sobre as políticas e o plano de cargos e salários da empresa, para não atropelar as regras internas. "Outra sugestão é avaliar seu salário em relação ao mercado, para saber se ele está ou não defasado. Considere o quanto ganham os profissionais de mesmo cargo ou similar na sua região, no mesmo segmento de negócio de sua empresa e em companhias do mesmo porte que a sua", explica. Assim, você terá um valor concreto e realista em mente.

Izabel Failde ainda aconselha a analisar a remuneração atual real, que é a somatória de salário e benefícios diretos e indiretos. "Faça as contas e assegure-se dos descontos legais que envolvem o salário pretendido. É comum a alteração de faixa de desconto de imposto de renda, o que acarreta num salário líquido igual ou até menor do que o atual", alerta.
E quando chegar o momento crucial, o que fazer? É fundamental não investir só na abordagem correta do assunto, como usar argumentos convincentes (e verossímeis) e apostar numa postura corporal vencedora. UOL Comportamento selecionou as melhores dicas dos especialistas para turbinar o seu salário. Confira!
MOMENTO
Pegar o chefe pelo braço, no corredor, não é a melhor estratégia. Se o seu chefe for do tipo formal, o ideal é solicitar uma reunião reservada com a secretária dele. Se tiver um perfil mais tranquilo, pode chamá-lo diretamente para conversar.
"Eu acredito que o melhor horário é por volta de uma hora depois que seu chefe chegou à empresa. Ele já vai ter colocado a vida profissional em ordem", sugere a consultora Eliana Barbosa. Dica extra: não avise colegas de suas pretensões, pois isso pode gerar um burburinho desnecessário e prejudicial. O assunto só diz respeito a você.


ASTRAL



Informe-se, antecipadamente, sobre a situação financeira da empresa, como ela está atuando no mercado e como está o cenário econômico atual. Além disso, observe  o humor de seu chefe no dia escolhido para a conversa. É uma péssima ideia abordá-lo no dia em que o carro quebrou ou que alguém do departamento acaba de pedir demissão. Vale a pena, ainda, investigar as próprias emoções. Para as mulheres, por exemplo, conversar sobre aumento em pleno ápice da TPM oferece o risco de a emoção sobrepujar a razão. Escolha um dia em que você esteja confiante e de bem com a vida.


VISUAL

Em um mundo que valoriza tanto a aparência, os trajes que você veste podem somar (ou subtrair) pontos. "Use a roupa que lhe faz se sentir bem, confortável, autoconfiante e natural", afirma Eliana Barbosa, consultora de desenvolvimento humano e palestrante motivacional. "Eu, por exemplo, gosto muito de usar vermelho quando quero me sentir mais energizada e nos momentos em que quero passar uma imagem de determinação e garra", conta.
De acordo com Daniela Levy, presidente da Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL), um bom parâmetro é levar em conta a maneira como o chefe costuma se vestir –e tentar imitar cores, tecidos e estilo (formal ou informal). Lembre-se: há uma regrinha implícita em alguns ambientes corporativos de que o funcionário sempre deve se vestir de acordo com o cargo que almeja, e não com aquele que ocupa. Vale a pena apostar no azul, em especial o marinho. O tom inspira confiança e assertividade. O laranja, por sua vez, dá energia, enquanto o lilás acalma.


ABORDAGEM

Ana Maria Ferraz de Campos, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL), chama a atenção para o fato de que pedir aumento é sempre delicado e deixa o interessado em situação prévia de estresse. "A meta envolve, na maior parte das vezes, questões emocionais, pensamentos depreciativos e dados reais da empresa, além dos humores do chefe. E chefe é chefe", diz.

"Portanto, prepare-se para a conversa repetindo internamente aspectos e competências que você sabe que tem. Lembre-se de momentos profissionais positivos". Já a consultora Eliana Barbosa sugere colocar-se no lugar de seu superior e imaginar como você gostaria que abordassem esse tema. "Depois, sem rodeios, entre no assunto com bastante maturidade e preparo para ouvir um possível não", explica.

POSTURA



Sua postura corporal fará grande diferença no momento de pedir um aumento de salário. Por isso, cumprimente o seu chefe, sorrindo, sente-se elegantemente na cadeira para conversar, mantendo sua cabeça erguida, de forma que demonstre sua autoconfiança e merecimento.

"Não fique balançando na cadeira, muito menos fazendo algum barulho com as unhas ou um objeto na mesa de seu superior", diz Eliana Barbosa, consultora de desenvolvimento humano e palestrante motivacional. Ana Maria Ferraz de Campos, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL), indica lançar mão da técnica de comunicação "rapport", que consiste em imitar sutilmente o estilo da outra pessoa: gestos, postura e até tom de voz. Ao entrar no mundo de seu chefe dessa forma, você o faz sentir que o entende e que vocês têm laços em comum, a famosa empatia.

ARGUMENTOS

Comece a conversa demonstrando autoconfiança plena e agradecendo a oportunidade de trabalhar na empresa. Depois, mostre clareza em sua intenção e não perca tempo. Explique, com fatos, como o seu trabalho agrega valor à empresa. Comente projetos bem-sucedidos que você participou, além das suas atividades normais, ou alguma inovação que gerou lucros para empresa. Fale de suas competências e valores sem desmerecer os demais ou valorizar-se extremamente, já que ser arrogante não é a melhor estratégia.

Como chefes adoram números (eles significam fatos concretos e resultados), cite-os! Exemplos: "Nos últimos seis meses eu e minha equipe superamos as metas da empresa em 12%"; "Meus quatro últimos projetos foram finalizados, em média, 30 dias antes do prazo e os resultados foram 6% superiores aos anteriores"; "Minha carteira de clientes tem crescido cerca de 20% ao mês, enquanto a carteira geral da empresa tem, em média, 5% de crescimento".

“Evite falar dos aspectos negativos e reclamar. Não concentre-se nas fraquezas, mas, sim, nos pontos fortes, nos aspectos positivos, nas forças", ensina Daniela Levy, presidente da Associação de Psicologia Positiva da América Latina (Appal).
Após argumentar, pergunte se seria possível fazer um ajuste do seu salário ou um aumento da sua remuneração. "Pergunte sobre a possibilidade, a viabilidade. Não faça simplesmente um pedido de dinheiro", diz Daniela. Encerre comentando o quanto você evoluiu no tempo em que trabalha na empresa, e que, por isso, um aumento de salário será um bom reconhecimento.

     ASSERTIVIDADE

Em um mundo ideal, o chefe concordaria com tudo o que você disse, faria uma ligação imediata para o departamento de recursos humanos e aprovaria um aumento de 100%, no mínimo. Na vida real, é raro que a resposta afirmativa ocorra no mesmo instante. Antes de dar o veredicto, seu chefe vai pensar, fazer contas, discutir o caso com outros departamentos e, depois de alguns dias, responderá sobre o aumento. Por isso, tenha paciência.

Seja tolerante (e profissional) se ouvir um não. Ainda assim, agradeça a atenção de seu superior e pergunte, educadamente, quais os motivos de sua resposta negativa, até para que você possa melhorar e crescer mais. "Isso vai ser muito importante para que seu chefe o valorize e, quem sabe, em uma próxima oportunidade,  possa lhe conceder esse aumento", afirma a consultora de desenvolvimento Eliana Barbosa. A psicóloga Izabel Failde também sugere negociar um bônus ou alterações em seus benefícios, como pagamento de combustível ou melhoria da assistência médica. "Se nada disso der certo, proponha retornarem ao assunto em três ou quatro meses", explica. E, claro, ao passar esse período, chame o seu chefe para uma nova conversa.

Sete erros comuns: conheça-os para não cometê-los

1. Se você recebeu uma proposta de outra empresa, pode usar esse argumento, mas não em tom de chantagem. Exemplo: "Estou pedindo aumento porque não quero sair daqui, mas se não tiver jeito, vou para a concorrência, que me fez uma proposta com o valor que almejo.";
2. Evite relatar dramas pessoais, do tipo "Tenho dívidas no cartão de crédito" ou "Preciso reformar a casa". "Isso transfere à empresa os problemas pessoais. Na melhor das hipóteses, o líder entenderá seu drama e, polidamente, recusará dar-lhe o aumento”, diz a psicóloga Izabel Failde;
3. Jamais utilize o cumprimento de suas obrigações profissionais como argumento para pedir aumento. Ausência de faltas ou atrasos e deveres em dia não são diferenciais;
4. Não se queixe de situação alguma, nem queira apontar problemas. Exemplo: “Eu mereço aumento porque a minha função é a mais cobrada e a que vocês menos valorizam.";
5. Nunca compare seus talentos com os de seus colegas de trabalho, porque é antiético e isso vai prejudicá-lo;
6. Há muito tempo o critério do "tempo de casa" caiu em desuso. “Esse é um argumento ultrapassado e vazio. Há inúmeros casos em que os profissionais com menos tempo de empresa são mais empenhados e atualizados do que os mais antigos”, conta Izabel Failde.
7. "Não cite proteções ou injustiças e evite rebater opiniões", diz Ana Maria Ferraz de Campos, instrutora da SBPNL. Argumente sem discutir ou atacar outras pessoas.
FONTE: UOL EMPREGOS - PUBLICADO EM 11/07/11

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O ASSUNTO É: MERCADO DE TRABALHO


Empresas adotam políticas de mídias sociais para funcionários


JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO


O conteúdo postado por um profissional em uma rede social pode marcar negativamente a reputação da empresa onde ele trabalha.
"[Nessas mídias] o [lado] profissional e o pessoal costumam se misturar", afirma Ricardo Cesar, sócio-diretor da Agência Ideal, que presta serviço de relações públicas em sites de relacionamento.
Por isso, as empresas têm adotado políticas específicas e orientado seus funcionários sobre a conduta nesses sites.
A primeira recomendação é que não se fale em nome da organização. "Tivemos o caso de um funcionário que respondeu pessoalmente o comentário de um cliente em uma das redes", comenta Marcelo dos Santos, diretor de marketing da Totvs.
Ele diz que a situação foi contornada e que a empresa reforçou o alerta de que os funcionários devem encaminhar esse tipo de caso ao departamento competente.
A orientação é a mesma na agência de publicidade DM9DDB.
"Ressaltamos que deve haver cuidado ao escrever sobre uma marca, pois os publicitários nunca sabem com que marcas vão trabalhar no futuro", afirma a diretora de comunicação corporativa Lana Pinheiro.
A precaução vale para mensagens sobre outros assuntos. "Procuramos conscientizar os colaboradores de que essas redes são ambientes abertos, públicos e de que o conteúdo postado não é descartável", comenta René de Paula, responsável pela política de mídias sociais da Locaweb.
A fornecedora de serviços de internet teve problemas no ano passado, quando um de seus funcionários criticou os torcedores de um time de futebol do qual a empresa era patrocinadora. O colaborador foi demitido e, meses depois, recontratado. A empresa não comenta o tema.
Menção à empresa
O escritório de advocacia Peixoto e Cury também entrou no noticiário por causa do comentário de uma estagiária no Twitter, que foi considerado xenófobo.
A medida tomada foi solicitar que os funcionários não mencionem nas redes o nome do escritório como empregador. Assim, segundo o sócio Antonio Carlos Aguiar, eles ficam livres para usar os sites como quiserem.
Adotar políticas, no entanto, não é suficiente. É preciso reforçá-las constantemente, assinala Mario Faria, consultor e professor de marketing e estratégia da Business School São Paulo.
Os comunicados devem ser feitos por diversos meios. Na fábrica de móveis Meu Móvel de Madeira, eles são realizados pelo próprio Facebook. "Criamos um grupo fechado no site para a comunicação interna", afirma o diretor Ronald Heinrichs.
Quem trabalha lá tem liberdade para utilizar as redes sociais como preferir, segundo o executivo.
Quanto ao conteúdo, Ronald diz que a conduta ética é esperada dos funcionários. "Para serem contratados, eles devem compartilham dos valores da empresa", afirma. A única orientação é a de não falar em nome da organização.
Confidencialidade
Outra questão tratada pelas políticas de mídias sociais são as cláusulas de confidencialidade. "Pedimos que não seja divulgado o fechamento de um contrato antes de isso se tornar oficial", ressalta Thiago Furtado, analista de marketing da Sofftek Brasil, de tecnologia da informação.
Na DM9DDB, a recomendação é a mesma. "Uma vez que a informação está nos canais oficiais, o funcionário pode compartilhar - inclusive escrevendo com suas próprias palavras", afirma Pinheiro.
Na Intel, fabricante de processadores, as questões sigilosas são regidas por uma única política, que abrange todos os meios de comunicação. "Damos treinamento aos funcionários para que eles saibam como tratar cada tipo de informação", comenta Cassio Tietê, diretor de marketing.
Orientaçõs sobre mídias sociais
Para a empresa
  1. Estabeleça políticas claras para condutas de funcionários nas mídias sociais
  2. Comunique as políticas várias vezes
  3. Aproveite casos reais para dar exemplos do que fazer e, principalmente, do que não fazer
  4. Assegure informações confidenciais com cláusulas específicas
  5. Solicite aos funcionários não falar em nome da empresa - nem que eles estejam defendendo-a de ataques de terceiros
  6. Se isso acontecer, intervenha o mais rápido possível
  7. Não entre em confronto com clientes, usuários de fóruns e outros meios. Esclareça a situação, quando necessário, de maneira neutra
Para os funcionários
  1. Não trate nas redes sociais de assuntos internos da empresa
  2. Não fale mal da empresa, do chefe, de clientes ou do concorrente do seu empregador
  3. Antes de criticar alguma marca, reflita se o comentário pode impactar seu futuro profissional
  4. Evite comentários que possam dar margem a interpretações
  5. Evite brincadeiras que possam ser interpretadas como preconceito ou mau gosto
Fonte: Folha.com - Publicado em: 05/07/2011